Crítica: Slate

Um mergulho intenso entre realidade e sonho, explorando assédio, fracasso e superação

"Slate" leva o cinema tocantinense ao mundo com estética impecável e narrativa poderosa

"Slate", é o mais novo curta- metragem dirigido por Ana Di Monteiro e Alex Slama. A produção não só reafirma o talento da Ana, que já havia brilhado com "Prazer, Ana Carolina", mas também celebra a parceria criativa com Slama. A narrativa mistura realidade e sonho, abordando temas intensos como o assédio em suas diversas formas, o fracasso e a superação, sempre com uma profundidade que nos faz refletir sobre as emoções humanas mais complexas. É impossível não se sentir envolvido pela intensidade da história, que nos atinge em cheio, convidando à introspecção e ao debate.

Visualmente, o filme é belíssimo, dá gosto de asssitir. A direção de Ana e Alex explora com maestria o jogo de luz e sombras, criando um ambiente de tensão palpável. As cenas com cortes abruptos e momentos de tela preta nos mantêm em um estado constante de inquietude, dividindo a angústia com os personagens. A figura do palhaço surge aqui como uma metáfora potente, permeando a trama com uma carga simbólica que amplifica o tema do assédio de forma criativa e sensível. O movimento de câmera reforça essa sensação de desconforto, nos fazendo sentir parte daquele turbilhão emocional. Cada detalhe visual parece milimetricamente pensado para maximizar o impacto da narrativa.

O curta, que já coleciona prêmios em festivais internacionais como o Hollywood Gold Awards, Milan Gold Awards e o Paris Film Awards, traz visibilidade não só para o talento de seus diretores, mas também para o cinema tocantinense. É emocionante ver o Tocantins brilhar no cenário mundial e perceber que "Slate" vai além de uma estética impecável: é um filme sobre esperança e sobre como podemos, sim, ser os autores de nossas próprias histórias. A cada prêmio recebido, o filme coloca o nome do nosso estado mais uma vez nos holofotes, mostrando que o cinema local tem força para conquistar o mundo. Os prêmios de Ana Di Monteiro são a prova de que o nosso estado tem muito a dizer e que estamos apenas começando a trilhar esse caminho de sucesso.

Por: Carolinne Macedo (crítica de cinema do Sinopse e do jornal Primeira Página)